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Clientes denunciam dono de agência de viagens por estelionato

15 de janeiro 2016

Pessoas relatam que pagaram por pacotes de turismo que não existiam

Uma denúncia de um suposto estelionato publicada na rede social Facebook teve mais de dois mil compartilhamentos e muitas mensagens de repúdio, inclusive, de pessoas que se diziam vítimas da agência de turismo Jet Brasil Viagens, de Santos. A reclamação: os clientes pagaram por uma viagem que não existia.

À reportagem, algumas pessoas que compraram viagens com a empresa falaram em golpe. De acordo com elas, os vouchers, entregues cerca de 30 dias antes da viagem, nada mais eram do que reservas de passagens ou hotéis, que continuam ativas por um período até que a compra seja concluída.

A empresária Tathiana Silva Santos diz que é uma das vítimas. Ela já havia comprado viagens com a agência Alliance Litoral Serviços de Turismo Ltda (antiga empresa do atual dono da Jet Brasil Viagens), que declarou falência no final do mesmo ano.

“Já tinha contratado o Rodrigo (Rodrigo de Azevedo Costa, dono da agência) outras vezes e dado tudo certo, até viajar com uma amiga para a Disney, em novembro de 2014. Os nossos seguros viagens eram falsos, estavam no nome dele e já tinham sido utilizados em junho”.

Além disso, Tathiana conta que havia fechado com a Jet Brasil Viagens um intercâmbio na Califórnia, nos Estados Unidos, quando voltasse da Disney.

“Quando voltei da Disney, quis cancelar o intercâmbio e o Rodrigo disse que não poderia me devolver o dinheiro porque a EF Intercâmbios (empresa americana) não autorizava. Liguei para a instituição e soube que nunca estive matriculada. Não consegui recuperar o dinheiro. Um prejuízo de R$ 32 mil”, conta.

A empresária conta que, não bastasse esse golpe, ela ainda teria sido vítima de outro pelo mesmo autor. “A viagem da Disney foi comprada no meu cartão de crédito e, depois, soube que ele (Rodrigo) usou meu cartão para comprar cinco passagens aéreas. Entrei em contato com o banco e consegui recuperar o meu dinheiro”.

Apesar de toda a situação, Tathiana diz não ter registrado Boletim de Ocorrência, alegando que foi desestimulada a fazê-lo. “Procurei um advogado criminalista em Santos, fui até a delegacia, mas me disseram que ele era réu primário, tinha faculdade e muito dificilmente seria preso”.

Facebook

A autora do post, Thalita Tavares, conta que comprou com a prima um pacote para Cancun, no México, em outubro de 2015, mas apenas seis dias antes da viagem, no dia 22 de dezembro, percebeu que nem as passagens aéreas e nem os vouchers de reserva do hotel existiam.

“Estava com as malas prontas e desesperada. O Rodrigo, a partir do dia 23 de dezembro, simplesmente sumiu, não respondeu mais nenhum e-mail, telefonema ou mensagens”, declara.

Sem respostas, ela afirma que a mãe resolveu publicar o problema no Facebook no dia 26 de dezembro – a viagem estava marcada para o dia 28. “Em menos de 12 minutos, após a publicação, o Rodrigo entrou em contato e informou, sem dar qualquer explicação sobre os vouchers, que a restituição do valor pago pelo pacote de viagens, bem como pelos passeios já adquiridos, ocorreria até o dia 8 de janeiro deste ano”.

No dia estipulado como o prazo limite para a devolução do dinheiro, a surpresa. “Ele encaminhou um comprovante de depósito em cheque, porém, mais uma vez, não passava de uma fraude. Segundo o gerente do banco, ou não houve depósito e o comprovante foi falsificado, ou o cidadão depositou um envelope vazio”. Thalita afirma que registrou Boletim de Ocorrência no 13º Distrito Policial de Ponta Grossa, no Paraná (onde mora).

Jet Brasil Viagens

Em resposta à A Tribuna On-line, o dono da empresa informou que a Jet Brasil Viagens foi criada no inicio de 2015 e que trabalha há mais de dez anos prestando serviços para empresas de São Paulo. Segundo ele, durante este tempo, nunca houve reclamação.

Entretanto, ele confirma que existiu um problema com a viagem de Thalita e de outros clientes, devido à falência de uma operadora. “Os agentes foram obrigados a arcar com o prejuízo, como no meu caso. Alguns fecharam, outros conseguiram pagar, mas com a alta do dólar, a situação econômica piorou”.

Ele explica que, em meados de dezembro, todos os clientes foram instruídos a não viajar. “Os vouchers não eram falsos. A reserva existia, mas não estava paga. Para evitar que eles tivessem problemas no momento do check in do hotel, por exemplo, com cobranças”.

Rodrigo explica, ainda, que o crescimento da Jet Brasil Viagens aconteceu pelo boca a bocae que os clientes não celebravam contrato. “Sempre foi na base da confiança. Durante estes 10 anos, muitos clientes embarcaram e voltaram sem problemas”.

Ele garante, ainda, que atitudes serão tomadas contra as pessoas que publicaram ou compartilharam informações pessoais dele. “Acredito que na esfera judicial seja possível conseguir acordos. Mas, antes disso, acredito que inúmeros casos serão solucionados”.

Fonte: A Tribuna

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